Quando o sol poente iluminara os pelos daquele cão louro entendera o que a brisa matinal lhe dizia, era o último dia de verão.
Se lembrava daquele cheiro de fim de março onde quer que estivesse, não sabia explicar toda fenomenologia envolvida naquela essência, só entendia que alguma coisa no ar mudava. Era como se pudesse sentir o aroma das folhas se transformando e com isso, se sentia também metamorfoseada.
O vento sempre lhe parecera um mensageiro, o que não lhe era diferente nesta época do ano, a brisa parecia anunciar a chegada sorrateira de Abril e com isso, suas memórias tal como folhas de árvores caducas, eram vagarosamente arrancadas pelas lufadas.
Feito a terra que digere folhas caídas, sua mente buscava assimilar as lembranças. Numa longa inspiração fitou o cão louro que agora lhe sorria, sorriu de volta; melancólica.
Enquanto acariciava a pelagem do cão mirou as copas das árvores, e algumas folhas que iniciavam sua debridação. Pensou, por fim não soube se era folha ou árvore.
Fora ali, naquela cidade em que criara suas raízes e ramificações, contudo, não lhe bastava ser árvore, ser estática e eterna sombra. Tão pouco lhe bastava ser folha; responsável pela manutenção de uma vida. Fitou demoradamente aquela paisagem que a rodeava, e foi entre os galhos de uma árvore que achou sua resposta; uma flor, assim lhe pareceu que deveria ser. O florescer de uma vida que não esquece suas raízes e que um dia será fruto.
Contemplou em silêncio aquela última tarde de calor, e concluiu que talvez todo coração busque não o outono, e sim a primavera.
Se lembrava daquele cheiro de fim de março onde quer que estivesse, não sabia explicar toda fenomenologia envolvida naquela essência, só entendia que alguma coisa no ar mudava. Era como se pudesse sentir o aroma das folhas se transformando e com isso, se sentia também metamorfoseada.
O vento sempre lhe parecera um mensageiro, o que não lhe era diferente nesta época do ano, a brisa parecia anunciar a chegada sorrateira de Abril e com isso, suas memórias tal como folhas de árvores caducas, eram vagarosamente arrancadas pelas lufadas.
Feito a terra que digere folhas caídas, sua mente buscava assimilar as lembranças. Numa longa inspiração fitou o cão louro que agora lhe sorria, sorriu de volta; melancólica.
Enquanto acariciava a pelagem do cão mirou as copas das árvores, e algumas folhas que iniciavam sua debridação. Pensou, por fim não soube se era folha ou árvore.
Fora ali, naquela cidade em que criara suas raízes e ramificações, contudo, não lhe bastava ser árvore, ser estática e eterna sombra. Tão pouco lhe bastava ser folha; responsável pela manutenção de uma vida. Fitou demoradamente aquela paisagem que a rodeava, e foi entre os galhos de uma árvore que achou sua resposta; uma flor, assim lhe pareceu que deveria ser. O florescer de uma vida que não esquece suas raízes e que um dia será fruto.
Contemplou em silêncio aquela última tarde de calor, e concluiu que talvez todo coração busque não o outono, e sim a primavera.
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