Às vezes me escapam alguns cavalos na ponta do lápis, e nas
pradarias que nunca habitei sinto o vento desenhar as curvas do meu corpo. Sinto-me
impregnada com o cheiro da terra, as raízes não me tomam e balançada pelo ar,
minha pele se confunde com o joio e o trigo.
Quem me dera ser como os cavalos que correm sem rumo; se eu
o fosse seria acompanhada pelas nuvens que insistem em trazer turbulências e as
veria transformarem-se em apenas frágeis pontos no firmamento. Experimentaria
em cada fruta fresca o paladar de um novo mundo e o convite desse feito pelo
vento, cortaria minhas rédeas e amarras; seria livre...
Mas os cavalos só me escapam da ponta do lápis, se
transformam em gravuras, em projeções do dia em que cortarei minhas rédeas...
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