sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sobre cavalos




Às vezes me escapam alguns cavalos na ponta do lápis, e nas pradarias que nunca habitei sinto o vento desenhar as curvas do meu corpo. Sinto-me impregnada com o cheiro da terra, as raízes não me tomam e balançada pelo ar, minha pele se confunde com o joio e o trigo.
Quem me dera ser como os cavalos que correm sem rumo; se eu o fosse seria acompanhada pelas nuvens que insistem em trazer turbulências e as veria transformarem-se em apenas frágeis pontos no firmamento. Experimentaria em cada fruta fresca o paladar de um novo mundo e o convite desse feito pelo vento, cortaria minhas rédeas e amarras; seria livre...
Mas os cavalos só me escapam da ponta do lápis, se transformam em gravuras, em projeções do dia em que cortarei minhas rédeas... 

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